Em um ano em que o mundo seu viu obrigado a reinventar suas ações, o que não faltou foram exemplos de boas ações.
Em Santa Catarina, por exemplo, a penitenciária de Itajaí adotou um inovador programa de ressocialização dos detentos, que, entre as atividades diárias, passaram a cuidar de cães abandonados.
O projeto “ReabilitaCÃO“, vai além da ressocialização, lida com a questão dos maus-tratos contra animais e do resgate à sentimentos nos presidiários perdidos ou nunca obtidos.
Para dar vida ao projeto, os próprios detentos construíram o espaço, que reúne canil, gramado, brinquedos e uma piscina para os animais. O espaço destinado ao ReabilitaCÃO tem capacidade para abrigar 30 animais, que são castrados, vacinados e recebem tratamento veterinário necessário antes de chegar à penitenciária.
Após o período com os apenados, os cães são destinados à adoção. Além disso, um ponto de suma importância é o fato dos apenados participarem de cursos profissionalizantes de banho e tosa e auxiliar de veterinário.
A iniciativa logo ganhou repercussão e outras Unidades Prisionais do país também manifestaram interesse em replicar o programa.
A juíza corregedora do Complexo Prisional de Itajaí, Cláudia Ribas Marinho, destacou os benefícios do projeto, que, segundo ela, podem ser percebidos no comportamento dos presos: “O projeto é inovador e encantador pois proporciona inúmeros benefícios ao apenado através da interação entre o homem e o cão, desenvolvendo autoestima, confiança e reconhecimento de suas emoções, e estimulando a socialização ao proporcionar a reinserção no mercado de trabalho”.
Não existe pena perpétua ou pena de morte no Brasil, quer alguns queiram, quer não. Logo, precisamos ao menos tentar devolver estas pessoas para sociedade de uma forma que não voltem a trilhar o caminho da criminalidade. Hoje, o projeto já conta com várias histórias de sucesso pós privação de liberdade, demonstrando sua eficácia ao longo de 2 anos.